sábado, 8 de maio de 2010

Aqui está mais um livro...

O cobrador (Rubem Fonseca)
Não se assustem, há contos deste autor mais violentos que os desse livro. Ele pertence aos escritores do pós-modernismo que abordam a desumanidade, a violência, a solidão, a marginalização, o conflito e as coisas ruins que a sociedade possui. Rubem Fonseca é o mais exagerado no sentido de retratar pessoas "doentes" psicologicamente, que podem ser de uma crueldade assustadora.
No primeiro conto "O Cobrador"nos leva a refletir sobre a revolta que toma conta das pessoas que não possuem nada. A personagem principal que dá nome ao conto decide "cobrar"do mundo e das pessoas o que ele acha que tinha direito e lhe foi negado. O conto lembra os assassinos em série ou os surtos de fúria que as pessoas comuns sentem em momentos de extrema pressão, acabam por sair matando ou destruindo tudo, culpam o mundo por suas frustrações.
Em "Pierro da caverna"o narrador é personagem numa espécie de monólogo e nos mostra realidades que muitos procuram ignorar: pedofilia e aborto. Sutilmente o narrador nos mostra os fatos que geraram a situação e tudo que o levou a mandar fazer o aborto na menina. Pierro é um palhaço triste e da caverna seria uma volta aos tempos onde o homem vivia numa sociedade precária, sem tantas regras e leis, seguia mais seus instintos que seu lado racional.
"Encontro no Amazonas"apresenta o narrador personagem e o suspense nos leva ao final do conto para descobrir que ele seria um assassino profissional perseguindo sua presa.
"Mandrake" o narrador personagem advogado se envolve numa trama de família porque se apaixona pela filha do principal suspeito de assassinar duas pessoas.
"Livro de ocorrências" conta alguns casos comuns em delegacia, o narrador personagem é um policial que narra de modo frio e impessoal esses casos.
"Almoço na serra no domingo de carnaval" expõe a revolta e as frustrações do narrador personagem,  uma vingança mas sem entrar em muitos detalhes.
"O jogo do morto" mostra como as pessoas podem ser egoístas e mesquinhas, onde a morte encomendada por um motivo tolo."H.M.S. Cormorant em Paranaguá" o narrador personagem se compara ao poeta inglês Byron (inspirador do ultra-romantismo) que amava a própria irmã e sentia-se culpado por desejá-la. O final sempre é trágico pois é um amor proibido.
Por fim o autor não utiliza sinais de pontuação para marcar o discurso direto (diálogos) mas utiliza verbos de interlocução que marcam o pensamento e a fala. Todos os contos mostram sentimentos intensos e extremos: ódio, vingança, revolta, desprezo, desespero, crime, desejo e castigos.
Há referências a outras obras de escritores famosos: Byron e Dostoievski (russo). São contos que instigam a curiosidade do leitor, mesmo que as imagens sejam fortes, difíceis de serem ignoradas.
É isso, até.

Um comentário:

Lucas Toshio Sato disse...

Oi prof. vlw! Vo estudar pro vestibular da UEM!
Pro da uma olhadinha na lista de livros da FECILCAM! Se puder de uma ajudinha lá! Abraços!

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