sexta-feira, 23 de abril de 2010

A quem interessar possa...

Uma rápida análise do livro " O calor das coisas" - contos - Nélida Piñon:
A autora utiliza muito o discurso indireto livre em seus contos e apenas alguns trechos com discurso direto. O narrador é personagem, assume uma consciência ora feminina, ora masculina. Assim altera o foco narrativo sem aviso e o leitor precisa fazer uma releitura do trecho para se situar. Isso torna impossível entender o conto se "pular" parágrafos.
Nas personagens femininas há o desejo de se libertar, a insatisfação, a fantasia e a necessidade do amor e amar.  Nas personagens masculinas percebe-se a indecisão, insatisfação, dramas de consciência e dificuldade em se ajustar ao modelo ou a sociedade. Todos apresentam muita sensibilidade.
Também mistura narração e poesia, faz muitas metáforas e deixa o texto, por vezes, incompreensível. Exige uma releitura para perceber a ironia com que retrata o ciúme - a amizade - a separação - o amor e a paixão entre casais - relacionamentos familiares.
Torna-se interessante conhecer o que se passa no íntimo desses personagens pois enfrentam situações do dia a dia e há a descrição das emoções e pensamentos que surgem a partir da realidade vivida.
No conto " O Jardim das Oliveiras" (lugar onde Jesus sofreu até aceitar o destino que o Pai traçou para ele, onde foi traído por Judas e vendido por moedas...) a personagem apresenta sentimento de culpa e ao mesmo tempo medo de morrer, conforma-se com uma vida " pela metade", seu interlocutor é um amigo Zé.
No conto " As quatro Penas Brancas" há quatro personagens masculinas unidas pela infelicidade, insegurança tornam-se companheiros e dividem dores. Os interlocutores mudam: Rubem, Colombo, Bulhões e Pedro, cada um conta um pouco da história sob seu ponto de vista.
No conto " I love my husband" a personagem feminina que fala sobre suas insatisfações, desejos secretos, passividade e conformismo das mulheres educadas à moda antiga. Os interlocutores são leitores anônimos como se ela falasse consigo mesma.
" A sombra da caça" são cartas da mãe ao filho e falam da solidão, do remorso e infelicidade. Os interlocutores:  primeiro é o filho e depois a mãe.
" O calor das coisas" trata do preconceito e das frustrações que o ser humano pode sentir ao ser excluído da vida " normal". Os interlocutores são os leitores e a mãe da personagem.
" O revólver da paixão" mostra a personagem dividida entre o ciúme, a paixão e o sofrimento que a insegurança traz. Seu interlocutor é o " amado".

Espero que este pequeno resumo seja de alguma ajuda para vocês.   Até.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um exemplo de crônica produzida por uma aluna do Terceiro A, baseada em notícia de jornal:

Sim senhora!
Impressionante, não? Demoraram tanto tempo para perceberem que isso era necessário, que o significado de Mulher no dicionário é injusto. Devemos isso a deputada Lucia Carvalho. Não sei por que quando se fala de mulher generalizam tanto. Se  uma é "biscate", todas são. Homem, se ficar com cinco meninas em uma noite é "garanhão", ela se ficar com cinco é "biscate". Isso chega até a ser preconceito.
No dicionário, mulher pública significa meretriz, mulher de zona e tudo mais. Deve ter sido feito por um homem porque se pesquisar a palavra "homem" no dicionário vai estar escrito "ser supremo", só pode!
Homens deveriam reconhecer que é graças a nós que eles estão aqui hoje. Nós ficamos nove meses com esses machistas na barriga para depois ter esse significado? Demoramos para ter direitos na sociedade por causa deles, sofremos por causa deles e ainda temos que nos apaixonar por eles.
Homem adora se fazer de "fortão", mas duvido que aguentem uma cólica ou uma dor de parto.
Só que nisso tudo, tem uma coisa que me deixa feliz: é saber que atrás de um homem sempre tem uma GRANDE mulher para ajudar. Se não fôssemos nós, nada teria sentido para eles. Mas tenho que reconhecer que a última palavra é deles. Sempre falam no final: "sim senhora, amorzinho."
( Bárbara Fiorelle Carniato)

Brincando com as palavras... conhece este poema?

Existe um defeito de estilo chamado cacofonia, isto é, união de palavras/sílabas que podem produzir uma palavra com sentido vulgar ou ridículo. É o que acontece com este poema se você trocar MONTANHA por CUME e ler em voz alta.   Divirta-se.
"No alto daquela montanha
Plantei uma roseira
O vento na montanha  bate
A rosa na montanha cheira.

Quando cai a chuva fina
Salpicos na montanha caem
Formigas na montanha entram
Abelhas da montanha saem.

Quanto cai a chuva grossa
A água da montanha desce
O barro da montanha escorre
O mato na montanha cresce.

Quando cessa a chuva
Na  montanha volta a alegria
Pois torna a brilhar de novo
O sol que na montanha ardia!"
(autor desconhecido)
Atenção! É muito comum se ouvir “La tinha” ou “a boca dela”  
 Cuidado para não cometer este tipo de “mico”, principalmente se for escrever, pode virar motivo de piada. 

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Leiam um dos bonitos textos feitos no 2o. D, parece uma fábula:

Uma história de amor impossível
A borboleta  e o beija-flor eram velhos conhecidos e amigos desde a infância, a borboleta amava o beija-flor e ele também a amava, mas tinham medo de se declarar. Com medo de virarem motivo de risos, porém viviam juntos em todos os lugares e eram felizes.
Mas, entre tanta felicidade existia a cobra, animal cruel que cobiçava a felicidade dos dois inventando mentira para estragar a amizade deles.
Certa vez a borboleta resolveu declarar seu amor pelo beija-flor, e para isso o chamou para ir passear na floresta, mas nem imaginava que a cobra estragaria tudo mandando um bilhete para a borboleta em nome do beija-flor, dizendo que não poderia estar lá no passeio e se veriam na escola. A cobra vai se encontrar com o beija-flor no lugar da borboleta e diz a ele que vinha a pedido dela dizer que não viria porque ia sair com um namorado.
Indignado e ao mesmo tempo triste, o beija-flor pede para namorar  a cobra e ela aceita. Quando descobriu tudo a borboleta fica doente e com medo de morrer sem declarar seu amor, escreve uma crônica onde conta toda sua história e pede para a professora entregar ao beija-flor caso acontecesse algo com ela.
A borboleta morre e o beija-flor descobre as mentiras que a cobra inventou, mas já era tarde e ela já tinha morrido. Ele triste viveu errante e nunca mais foi feliz.
(Bruna Carolina Giopato, 2ª. D)